quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Pernambuco quer virar polo de energia solar no país

2013 tinha tudo para terminar como um ano fraco para a energia solar. Ela ficou de fora dos grandes leilões de energia promovidos pelo governo federal, e a nova resolução da Aneel para promover a instalação de painéis solares em casas e estabelecimentos comerciais teve, por enquanto, poucas adesões. Pouco depois do Natal, no entanto, o Sol finalmente apareceu. No dia 27 de dezembro, o Estado de Pernambuco promoveu o primeiro leilão de energia solar do Brasil.

  Pernambuco contratou seis projetos, de empresas da Alemanha, Itália, China, Espanha e Brasil, para instalar painéis e gerar energia no interior do Estado. O governo estima quase R$ 600 milhões em investimentos. Ao todo, esses projetos somam 122 MW de energia. Isso significa que o Estado vai gerar seis vezes mais energia do que é produzido atualmente no Brasil. Segundo Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal, que promove a energia solar, o leilão foi uma boa notícia. "Esse leilão veio em boa hora. Acredito que o grande mérito de Pernambuco foi tomar a iniciativa", diz.
A ideia do governo é transformar o interior de Pernambuco em um polo de energia solar brasileiro. Mas mesmo com o sucesso do leilão, a energia solar ainda está longe de se tornar realidade no Brasil. Uma comparação com a energia eólica mostra a diferença: enquanto o leilão de solar ficou na casa dos megawatts (MW), a da eólica foi contratada em gigawatts (GW).

As eólicas, aliás, podem servir de modelo e exemplo para a energia solar. No ano passado, o governo federal promoveu uma série de leilões com a participação de projetos de energia eólica. Um dos leilões contratou 60 projetos no Nordeste, somando mais de 1,5 GW. Atualmente, a energia dos ventos é uma das mais competitivas do país - além de não poluir como uma termelétrica, é muito mais barata.

Com a iniciativa pernambucana, o setor já começa a ter uma ideia do preço da energia solar. Os valores ainda estão mais altos do que a eólica, mas as perspectivas são boas. Com o aumento da produção e o ganho de escala, os painéis fotovoltáicos devem ficar mais baratos. "De todas, a energia solar é a que tem maior potencial. Sua hora vai chegar, é só uma questão de tempo", diz Passos.

Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/02/pernambuco-quer-virar-bpolo-de-energia-solarb-no-pais.html

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Governo muda o tom e assume pela 1ª vez risco de faltar energia

BRASÍLIA - Pela primeira vez, o governo mudou o tom em relação aos recorrentes problemas de energia elétrica que ocorreram nos últimos meses e admitiu o risco de desabastecimento. Em extensa nota divulgada nesta quinta-feira, 13, pelo Ministério de Minas e Energia, no trecho final, em que o governo assegura a normalidade no fornecimento de eletricidade este ano, a garantia é condicionada a fatores climáticos e ao consequente comportamento dos reservatórios das hidrelétricas.


"Portanto, a não ser que ocorra uma série de vazões pior do que as já registradas, evento de baixíssima probabilidade, não são visualizadas dificuldades no suprimento de energia no país em 2014", diz o comunicado.

A nota foi divulgada durante reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O secretário de Energia Elétrica do Ministério, Ildo Grüdtner, limitou-se a ler o comunicado, sem responder às perguntas dos jornalistas.

O teor da nota oficial contrasta com as recentes afirmações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Um dia antes do apagão do dia 4 de fevereiro, Lobão disse que o risco de desabastecimento era nulo. "Estamos com mais de 40% nos principais reservatórios. Não enxergamos nenhum risco de desabastecimento de energia. Risco zero", afirmou na ocasião.

O governo confirmou que as chuvas e o volume de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas do País foram inferiores ao esperado. Segundo o comitê, em janeiro e na primeira semana de fevereiro, as afluências ficaram em 54% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e de 42% no Nordeste.
Ainda assim, o ministério reiterou que há segurança e equilíbrio estrutural. Segundo o governo, há uma sobra de energia de 9% em relação às projeções feitas para o ano. A carga prevista é de 67 mil MW médios e há uma folga de 6,2 MW mil médios. A sobra considera um risco de 5% de que a oferta de energia seja inferior à demanda, considerando a série histórica das condições climáticas, iniciada em 1931.

Fonte: Estadão